segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Estava agoniada, precisava chamá-lo para conversar, só de pensar nessa possibilidade minhas pernas tremiam, havia borboletas em meu estômago que me deixavam ansiosa e ao mesmo tempo nervosa. Respirei. Falei.

- Preciso falar com você, hoje - minha voz parecia trêmula.

- Sim, o que você quer? - ele disse com muita dúvida.

- Não quero falar aqui, vamos para outro lugar?

- Tudo bem.

Caminhamos em direção a uma rua quase deserta, sentamos, ele me olhou, ainda muito curioso, seus olhos distantes, talvez tivesse tentando imaginar o que eu iria lhe dizer.

- Porque faz isso comigo?

- Como assim? Eu não estou fazendo nada - sua cara de dúvida estava cada vez mais visível.

- Não? Certeza? Porque me faz acreditar em um final feliz? Porque deixa sempre uma esperança no ar?

- Não estou entendendo onde quer chegar. Eu sempre te tratei bem.

- É esse o problema, me tratar bem. Se não quer algo comigo, porque simplesmente não me diz?

- E quem disse que não quero?

- Suas atitudes.

- Não tire conclusões precipitadas - disse, sua voz estava calma.

- Ok. Me beija? - fui aproximando lentamente de seus lábios, meu coração disparou e eu pude perceber que meu rosto queimava.

- Ainda não - ele se afastou rápidamente. Eu me senti envergonhada e ao mesmo tempo triste por ter feito aquilo.

- Porque não? - sentia que meus olhos estavam cheios de lágrimas.

- Só acho que é cedo demais, preciso ter certeza do que estou sentindo, não quero te machucar, e tampouco perder sua amizade. Você entende?

- Não, e ao mesmo tempo sim.

- Acho que isso é um começo - ele disse com um pequeno sorriso.

- Talvez - Levantei e fui em direção contrária à dele. Pude sentir que aquelas lágrimas que antes se formavam em meus olhos, agora escorriam em minha face. Não olhei para trás, mesmo querendo isso.. continuei caminhando. -G

Um comentário:

''Quando a vida lhe ofereçe um sonho muito alem de todas as suas espectativas é irracional se lamentar quando isso chega ao fim''